sexta-feira, 8 de agosto de 2025

“Monge CEO” é destituído após ‘escândalo de Shaolin’

-“A queda do abade que era chamado de ‘monge CEO’ provocou grande choque no mundo do Kung Fu.”-comentou Vilma Gryzinski, na coluna “MUNDIALISTA”, da ‘Revista Veja’. ( Cortesia | Créditos : © 释永信 | © Shi Yongxin | © Wikipedia | © Wikimedia Commons | © Zhōngguó xīnwén shè | Reprodução / © Facebook | @shi_yongxin | Reprodução / © Instagram | @ realShiYongxin | Reprodução : © X / antigo © Twitter | Divulgação ).   


Fundado no ano 495, o templo Shaolin é considerado o berço do Kung Fu e do budismo zen. Localizado no sopé do Pico Wuru da cordilheira Songshan, em Henan, na China, o mosteiro Shaolin atingiu a fama mundial, em parte, graças aos filmes ‘pastelões’ de Kung Fu dos anos 70 e 80. 
Entre os ‘cult’ de ação de Hong Kong destacamos “Os Cinco Mestres Shaolin”, ( de 1974 ), e ‘O Templo Shaolin’, ( de 1976 ).

O local já virou um símbolo das artes marciais, sendo representado em diferentes obras da cultura ‘pop’. Algumas pessoas, inclusive, comentam que a sua tradição no Kung Fu já está ligada ao inconsciente coletivo da humanidade. 
Mas, recentemente, o famoso templo foi abalado por um escândalo de corrupção.

O abade do templo, Shi Yongxin, ( 释永信 ), de 59 anos, está sendo investigado por “suspeitas de desvio de fundos” e “má conduta sexual”. Vários ex-monges acusam-no de “desvio de dinheiro destinados a projetos e bens do templo” e de “manter relações inadequadas” com várias mulheres por um longo período, chegando a ter, supostamente, pelo menos um filho ilegítimo, o que seria uma grave violação dos preceitos budistas. 

Também ‘apelidado’ de “Monge CEO”, Shi Yongxin assumiu o cargo em 1999 e, sob sua gestão, o monastério expandiu-se rapidamente, possuindo atualmente pelo menos 40 locais afiliados ao redor do mundo, incluíndo Estados Unidos, Austrália e Europa ( Londres e Berlim ).

Assim sendo, Shi contribuiu para a expansão internacional dos estúdios Shaolin, combinando a aprendizagem do budismo zen e a prática das artes marciais. Graças ao seu trabalho os monges lutadores também viajaram ao redor do mundo e se tornaram até mesmo ‘tema’ de um musical da “Broadway”.

Além de já ter ‘capitalizado’ em cima da fama do Kung Fu, Yongxin também teria lançado uma variedade de negócios, incluindo serviços de alimentação e vestuário. Outros de seus empreendimentos incluem a publicação de livros, medicina, além das já citadas apresentações da arte marcial e produções cinematográficas.

Curiosamente, Shi já tinha enfrentado acusações semelhantes no passado, incluindo alegações de extorsão e suborno feitas pela imprensa estatal chinesa, ainda em 2015. Mas estas foram negadas pelo templo e classificadas como “calúnias maliciosas”. O abade Yongxin foi então absolvido após uma investigação de dois anos. 

No entanto, durante a última semana, a Associação Budista da China, apoiada pelo Partido Comunista, que está no poder, anunciou que Shi Yongxin foi oficialmente destituído das suas funções religiosas e teve o seu certificado de ordenação de monge cancelado.

A organização já havia declarado o seu “apoio total” à investigação conduzida por várias entidades estatais e considerado que as ações do até então ‘diretor shaolin’ foram “particularmente graves” e os seus comportamentos “prejudicaram seriamente a reputação da comunidade budista e mancharam a imagem dos monges”.

Apesar do seu afastamento, quatro empresas ainda estão registadas em nome de Shi Yongxin, de acordo com a base de dados empresarial chinesa ‘Qichacha’. 

Com a perda do ‘status’ religioso, o ex-chefe dos monges agora enfrenta o processo e coloca o Kung Fu no epicentro do ‘escândalo’.

As autoridades chinesas escolheram o mestre Yinle como o novo responsável do mosteiro. Yinle já exercia como abade do histórico templo do Cavalo Branco ( ‘Baima’ ), na mesma região, desde 2005.

Segundo um comunicado oficial emitido pela administração do templo Shaolin, a nomeação foi realizada “de acordo com os procedimentos” estipulados pela regulação estatal e contou com o apoio da comunidade monástica local. 
O caso mostra como o governo chinês tem poder sobre tudo, até mesmo a religião budista.

Como informa a imprensa local, a atividade turística no templo prossegue normalmente, apesar do recente ‘escândalo de Shaolin’.

Mas, nas rede sociais chinesas, como ‘WeChat’, os internautas tem satirizado o caso, uma vez que o budismo exige uma vida de simplicidade.

Além disso, a queda de Shi Yongxin tem repercutido entre os adeptos da arte marcial, além da fronteira da China.

-“A queda do abade que era chamado de ‘monge CEO’ provocou grande choque no mundo do Kung Fu.”-comentou Vilma Gryzinski, na coluna “MUNDIALISTA”, da ‘Revista Veja’. 

[ * ] Com informações da ‘AFP - Agence France Presse’ - Tóquio, Japão, ‘NHK’, “Portal Mie”, ‘Jornal Expresso’, “Veja” ‘G1’ e “O Globo”.

*Texto do colaborador Oriosvaldo Costa. | Escrito em 08/08/2025 
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Legenda : -“A queda do abade que era chamado de ‘monge CEO’ provocou grande choque no mundo do Kung Fu.”-comentou Vilma Gryzinski, na coluna “MUNDIALISTA”, da ‘Revista Veja’.
Foto : ( Cortesia | Créditos : © 释永信 | © Shi Yongxin | © Wikipedia | © Wikimedia Commons | © Zhōngguó xīnwén shè | Reprodução / © Facebook | @shi_yongxin | Reprodução / © Instagram | @ realShiYongxin | Reprodução : © X / antigo © Twitter | Divulgação ).   

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